sexta-feira, 16 de julho de 2010

A tradição indígena Kapinawá como um espaço "utópico" Em Buíque







O Ritual e o Toré do povo Kapinawá em Buíque Tradição e Reprodução de um Passado da Tradição Indigena...em Buíque



O ritual do Toré e o seu repertório formam a tradição indígena Kapinawá contemporânea. Essa tradição não é apenas a recuperação e reprodução de um passado, ela é constantemente ampliada no presente a partir do espaço social do Toré e do fenômeno do dom. Já que o projeto étnico Kapinawá teve por base a elaboração de uma tradição indígena, acredito que ele se insere num quadro maior, como apontado por Oliveira (1993:viii):
Com a mobilização coletiva por um território comum, ancorada na dinâmica do campo de ação indigenista, a reelaboração de tradições específicas (seja pela importação de símbolos visualizados como indígenas, seja pelo resgate de saberes locais ou regionais) poderá vir a consolidar-se em um futuro muito próximo como a dimensão propriamente cultural de um projeto étnico de grande envergadura.
Este projeto étnico é portanto um fenômeno mais abrangente do que apenas a luta pela terra ou o incremento econômico, ele atinge todas as esferas da vida social e implica em muitas negociações. No processo de organização social pela posse de seu território, os Kapinawá tiveram no espaço do Toré e no fenômeno do dom um meio simbólico de tornar traduzível o sucesso de sua luta e a construção de sua legitimidade. Nesse caminho, eles se desvencilharam de inúmeras ambigüidades, tornando-as positivas. Como escreveu Oliveira (1999a:32), "só a elaboração de utopias (religiosas/morais/políticas) permite a superação da contradição entre os objetivos históricos e o sentimento de lealdade às origens, transformando a identidade étnica em uma prática social efetiva, culminada pelo processo de territorialização"
16 . Este autor (1999b:118), ao propor uma agenda de estudos sobre populações indígenas do nordeste17, enfatiza a necessidade de se analisar "a dimensão utópica e projetiva (e não apenas política) presente na construção do fenômeno da etnicidade". Nesse sentido é que o espaço social do Toré, o fenômeno do dom e a constituiçã contemporânea da tradição indígena Kapinawá foram analisados.
Acredito que a tradição indígena Kapinawá enseja um projeto utópico. É utópico como é utópica a arte que nasce dos conflitos e de suas assimetrias. A tradição indígena Kapinawá se instaura entre o moderno e o antigo no mesmo instante que é um e outro, passado e presente, modelo para o futuro. O espaço do Toré existe como utopia, lugar "ideal" onde as ambigüidades são superadas e valorizadas na medida em que são produzidos discursos coerentes, que tornam O ritual do Toré e o seu repertório formam a tradição indígena Kapinawá contemporânea. Essa tradição não é apenas a recuperação e reprodução de um passado, ela é constantemente ampliada no presente a partir do espaço social do Toré e do fenômeno do dom. Já que o projeto étnico Kapinawá teve por base a elaboração de uma tradição indígena, acredito que ele se insere num quadro maior, como apontado por Oliveira (1993:viii):
Com a mobilização coletiva por um território comum, ancorada na dinâmica do campo de ação indigenista, a reelaboração de tradições específicas (seja pela importação de símbolos visualizados como indígenas, seja pelo resgate de saberes locais ou regionais) poderá vir a consolidar-se em um futuro muito próximo como a dimensão propriamente cultural de um projeto étnico de grande envergadura.
Este projeto étnico é portanto um fenômeno mais abrangente do que apenas a luta pela terra ou o incremento econômico, ele atinge todas as esferas da vida social e implica em muitas negociações. No processo de organização social pela posse de seu território, os Kapinawá tiveram no espaço do Toré e no fenômeno do dom um meio simbólico de tornar traduzível o sucesso de sua luta e a construção de sua legitimidade. Nesse caminho, eles se desvencilharam de inúmeras ambigüidades, tornando-as positivas. Como escreveu Oliveira (1999a:32), "só a elaboração de utopias (religiosas/morais/políticas) permite a superação da contradição entre os objetivos históricos e o sentimento de lealdade às origens, transformando a identidade étnica em uma prática social efetiva, culminada pelo processo de territorialização"
16 . Este autor (1999b:118), ao propor uma agenda de estudos sobre populações indígenas do nordeste17, enfatiza a necessidade de se analisar "a dimensão utópica e projetiva (e não apenas política) presente na construção do fenômeno da etnicidade". Nesse sentido é que o espaço social do Toré, o fenômeno do dom e a constituiçã contemporânea da tradição indígena Kapinawá foram analisados.
Acredito que a tradição indígena Kapinawá enseja um projeto utópico. É utópico como é utópica a arte que nasce dos conflitos e de suas assimetrias. A tradição indígena Kapinawá se instaura entre o moderno e o antigo no mesmo instante que é um e outro, passado e presente, modelo para o futuro. O espaço do Toré existe como utopia, lugar "ideal" onde as ambigüidades são superadas e valorizadas na medida em que são produzidos discursos coerentes, que tornam a tradição indígena Kapinawá singular, própria e legítima.

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