sábado, 31 de outubro de 2009

Parque Nacional do Catimbau

PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU EM BUÍQUE



O lugar é deslumbrante. Cortado por dezenas de trilhas diferentes, onde em cada trilha a natureza nos reserva surpresas e elementos naturais os mais exóticos. O Vale do Catimbau é um misto de sítio arqueológico e parque de ecoturismo com muitos quilômetros quadrados de chapadões, vales, encostas, caatinga e matas. Suas formações geológicas apresentam os mais diversos tipos e cores de arenito. Datando mais de 100 milhões de anos, onde sua maior elevação registra-se 1.060 metros de altitude, na serra de Jerusalém. Dentro de seus 200 mil hectares de área, existem perto de duas mil cavernas e 28 cavernas-cemitérios conhecidas, tendo uma variedade de inscrições e pinturas rupestres em diversos sítios. É um lugar realmente encantador, vale a pena ser visitado.

As trilhas pelo parque são muitas, algumas delas são obrigatórias como a Trilha das Torres, da Pedra da Concha e a do Cânion. As 3 são caminhadas leves, de poucas horas e muita beleza cênica. As paisagens enchem os olhos e impressionam, já no início da estrada a caminho do parque é possível visualizar uma grande rocha que desponta no meio do vale e que a cada quilômetro vai se transformando na figura de um cachorro. A pedra do Cachorro, como ficou conhecida esta imensa rocha, é facilmente visualizada quando se caminha pela trilha que leva as torres, onde é possível contemplar um dos mais bonitos entardecer do sertão pernambucano, ali o sol parece se dissolver na linha do horizonte. Na base das rochas que levam até as torres estão os “lapiais”, nome dado pelos guias, mas que não se encontra no dicionário, é mesmo difícil definir esta formação tão única. A primeira vista parecem sulcos feitos em baixo relevo na rocha e que despencam do alto de uma parede colossal em tons multicoloridos, com certeza a imagem mais impressionante do parque. Pelos mais diferentes cantos do Brasil, não se tem notícia de uma formação parecida e tão deslumbrante como esta. Na Pedra da Concha, chamada pelos antigos moradores como Pedra Pintada, estão as primeiras inscrições encontradas na região. O único lugar do vale onde as tradições Agreste e Nordeste podem ser observadas num mesmo painel. O parque ainda reserva surpresas aos visitantes, cemitérios indígenas, fontes de água cristalina, cânions e ainda tem como vizinhos os índios da etnia Kapinawá.
Existem grandes atrações no Parque do Catimbau, dentre elas podemos destacar a abundância de inscrições rupestres e a grande beleza cênica dos paredões de arenito e das formações rochosas esculpidas pela ação erosiva do vento. A ocorrência de numerosos sítios de pinturas e gravuras rupestres localizados, principalmente, nos abrigos rochosos das serras são realmente imperdíveis. Tratam-se de pinturas realizadas em épocas pré-históricas, que apresentam uma grande heterogeneidade gráfica, com características que as identificam como pertencentes à classe de registros rupestres conhecidos como Tradição Nordeste e Tradição Agreste, bem como a outras classes ainda pouco definidas. Foram cadastrados, até o presente, 25 sítios arqueológicos que, no estado atual das pesquisas, representam apenas um pequeno percentual da pontencialidade da área em termos. A vegetação encontrada na área do Catimbau é típica de caatinga apresentando grande diversidade de espécies e de estrutura. No entanto, em função das variações de relevo e micro clima, além de espécies típicas da caatinga, estão presentes na área espécies de cerrado, de campos rupestres, de mata atlântica e de restinga. Merece destaque a presença de inúmeros indivíduos arbustivo-arbóreos endêmicos da vegetação dos campos rupestres da Chapada Diamantina (Bahia e Minas Gerais) e que, extraordinariamente, ocorrem na região. Destaca-se a grande abundância de bromélias e cactos. O vale do Catimbau, um pequeno povoado nas bordas do parque, está situado a 289 quilômetros de Recife, é o local indicado para começar a aventura no agreste. É na praça da vila onde se encontram os guias credenciados e habilitados a conduzir os visitantes pelas trilhas e mostrar as formações espetaculares encontradas nas rochas do vale. A origem do nome Catimbau tem várias versões, entre elas cachimbo velho e homem ridículo, prática de feitiçaria, mas a versão mais palpável seria “morro que perdeu a ponta”, considerando que os morros foram se erodindo com o tempo.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Política no cinema: Lula nas telas Lula, o Filho do Brasil estreia em ano eleitoral.



Em 2005 o presidente Lula assistiu a bordo de seu avião um DVD pirata de Dois Filhos de Francisco, o filme mais assistido no Brasil até hoje. Logo, o presidente pode ser alvo da mesma prática, quando o filme sobre sua vida, Lula, o Filho do Brasil, chegar aos cinemas, no mesmo ano em que tenta eleger Dilma Rousseff para a presidência.

Com um custo de R$ 16 milhões, a produção pretende quebrar o recorde anterior e se estabelecer como o filme mais assistido no país. Com esse objetivo em mente, o diretor Fábio Barreto vai empreender uma campanha inédita de marketing. Serão R$ 4 milhões para divulgar a história de Lula país afora. O valor é mais da metade do orçamento total de Dois Filhos de Francisco.

O filme conta a história de Lula desde seu nascimento até a morte de sua mãe, em 1980. Ou seja, o período não engloba a ascensão política do presidente, mas a sua vida e dramas pessoais como “homem do povo”. Estratégia semelhante foi utilizada pelo diretor Walter Salles em Diários de Motocicleta, que mostrou Che Guevara como um médico humanitário.

Política e cinema costumam se misturar. Ano passado o diretor Oliver Stone lançou o filme W., sobre o ex-presidente norte-americano George W. Bush, em clara estratégia para prejudicar a campanha dos republicanos à presidência. Michael Moore também tentou fazer o mesmo nas eleições de 2004, com Farenheit 9/11.

O professor de Marketing Político Gilson Caroni acredita que o filme de Barreto, apesar de emocionante, não é político. “O Lula tem uma trajetória fascinante, e já entrou para a história do Brasil. O filme não é político. Ninguém faz um filme sobre o Serra porque o telespectador ia cair no sono”, afirmou o professor.

A pré-candidata à presidência Dilma Rousseff deve estar presente para o lançamento do filme na sede da Força Sindical. Aliás, os sindicalistas que apresentarem carteira pagarão meia-entrada nos cinemas. Os que quiserem reservar lugar desde já podem comprar ingressos antecipados por R$ 5. O DVD também sairá mais barato, R$ 10, e numa data altamente política: o primeiro de maio, dia do trabalhador.

Lula, o Filho do Brasil será um filme itinerante. A população pobre do país vai receber o filme em suas cidades por meio de uma caravana. Desta vez o presidente não terá que recorrer à pirataria. Lula irá assistir à pré-estreia na cidade de Olinda, em Pernambuco. Recentemente foi movida representação no Tribunal Superior Eleitoral por uso eleitoral das viagens do presidente ao estado.

O professor de Marketing Ricardo Torregrosa acredita que o filme não deve favorecer a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência. Segundo Torregrosa, a transferência de votos só acontece se o candidato em si é capaz de passar confiança para o eleitor. “Se o candidato não tem luz própria, não adianta de nada. Se a Dilma não convencer o eleitor, não tem transferência de votos que salve”.

Se o poder de transferência de votos do presidente ainda não foi provado, os empresários — pelo menos — parecem confiantes na habilidade de Lula de produzir dinheiro. O orçamento recorde foi todo conseguido por meio de patrocínios.

Google lança novo Orkut, mas exige convite

O Google apresentou nesta quinta-feira (29) o novo Orkut, que foi remodelado para que o usuário tenha acesso a maior quantidade de recursos possíveis diretamente da página inicial, onde se consegue visualizar toda a lista de amigos e comunidades.

Para fazer parte do novo Orkut será necessário receber um convite, como aconteceu no lançamento do site em 2004. A expectativa do Google é que até o final do primeiro semestre de 2010 todos os usuários tenham migrado para a nova versão.

Com o objetivo de dar agilidade à navegação, o site usa na página principal abas para acesso rápido aos recados, fotos e vídeos. Na lista dos visitantes recentes agora existem as fotos das pessoas e não mais o nome de usuário.

O site facilitou a publicação de fotos e vídeos, deixando o upload três vezes mais rápido que atualmente. Dá por exemplo para escrever a legenda de cada foto do álbum enquanto as fotos são carregadas do PC para o álbum e o usuário ainda tem a opção de escolher a cor da sua página entre as cinco opções disponíveis.

Assim como no Facebook – a maior rede social do mundo, com 300 milhões de usuários – o dono do perfil escolhe quais amigos terão acesso a cada um dos álbuns de fotos, por exemplo.

As mudanças apresentadas hoje são as maiores do site desde o ano passado, quando foi lançado o OpenSocial, plataforma para a criação de "programinhas" e jogos na rede social.

"Vazamento controlado"

Na verdade, a informação de que o Google mudaria o Orkut começou a circular na internet no dia 13 de outubro, quando um blog anunciou ter descoberto "sem querer" a nova página da rede social no site do navegador do Google, o Chrome. A "descoberta" recebeu um printscreen e foi parar em diversos sites e blogs. Uma breve análise do blog que teria descoberto a suposta falha do Google deu indícios de que tudo não passava de uma campanha de marketing viral, o que só foi confirmado hoje pela empresa.

No blog do personagem Danilo Miedi existem posts desde janeiro e em praticamente 100% dos textos o assunto é o Orkut. Ele diz que ficou sabendo que o Orkut vai novamente ser uma rede social "fechada", ou seja, quem quiser fazer parte do site precisará receber convite de quem já participa, como aconteceu no lançamento da rede, em 2004.

Danilo publicou vários vídeos e lançou uma campanha chamada O Orkut vai mudar. Me ajude a entrar. Ele percorreu shows como o a da banda Skank para divulgar seu desejo de ser o primeiro a entrar no novo Orkut. Seus vídeos impressionaram pela edição e qualidade de imagem, algo nada comum para produções caseiras como se vê na rede.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Lula chama bandidos de anormais e diz que não há limites para ajudar o Rio


Presidente Lula chamou hoje (28), no Rio de Janeiro, os criminosos de “anormais”, ao responder pergunta de um jornalista que queria saber por que o Complexo do Alemão, na zona norte da cidade, ainda não havia sido pacificado. Segundo ele, o governo federal não tem limites para ajudar o Rio a combater o crime.

“Para nós, será uma coisa muito forte mostrar ao mundo que o Estado brasileiro e a parte boa da sociedade brasileira têm mais força que o crime organizado, que o narcotráfico. O Rio tem que ser tratado de forma muito especial, porque o Rio de Janeiro é uma caixa de ressonância para o mundo inteiro. Portanto, temos mais obrigações e mais compromissos com o Rio de Janeiro”, afirmou.

Segundo o presidente, é importante que os governos federal e estadual unam esforços para combater o crime e não “fiquem discutindo ‘merreca‘ de dinheiro”. Lula está hoje no Rio de Janeiro, onde inaugurou um ginásio esportivo no entorno do Morro da Mangueira e se encontrou com o prefeito de Paris, Bertrand Delanoé.

Da Agência Brasil

sábado, 24 de outubro de 2009

Os Índios da Tribo Kapinawá de Buíque lançam o seu primeiro Cd gravado na Aldeia


























O projeto deste CD nasceu de uma demanda dos próprios Kapinawá, grupo formado por cerca de 2000 descendentes de índios que foram aldeados no século XVIII na Serra do Macaco, entre os municípios de Buíque, Tupanatinga e Ibimirim, no Vale do Ipanema, sertão do Moxotó, Pernambuco. Nos anos 70, esse povo indígena sofreu a pior investida de latifundiários contra seu território. O embate levou a uma mobilização coletiva que durou anos. Em 1979, foi levantado um cruzeiro no terreiro onde se passou a dançar o toré (o toré é a principal expressão artístico?político-religiosa dos índios do Nordeste brasileiro), e em 1984 a área é reconhecida como território indígena pela FUNAI e os grileiros recuam. Além de toantes do toré, o samba de coco - que no passado era realizado na tapagem das casas para assentar o chão de barro - foi também retomado e sacralizado nos terreiros de toré. Os benditos entoados na capela de São Sebastião (padroeiro da aldeia), e agora também nos terreiros, completam o conjunto do repertório Kapinawá que longe de ser baseado apenas em músicas antigas, é constantemente recriado no presente com novas composições", atesta o antropólogo.

O CD Kapinawá: Benditos, Sambas de Coco e Toantes torna-se um importante registro dessa cultura. O projeto foi viabilizado graças ao apoio do Banco do Nordeste, através do Programa BNB de Cultura e apoio do LACED (Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento) do Museu Nacional da UFRJ. Setecentas cópias do CD (de um total de mil) foram entregues para os Kapinawá e as vendas serão revertidas para o próprio povo indígena.É um importante registro de toantes, as canções ouvidas nos rituais de Toré, que são característicos de povos indígenas da região Nordeste. Há também canções religiosas, chamadas "benditos" e os curiosos "sambas de coco", um ritmo forte e que era usado no passado para aplainar o chão das casas construídas com barro.

As canções dos índios Kapinawá formam um universo singular, com uma carga alta de espiritualidade.


Os Indios Kapinawá em Buíque

Os Kapinawá são descendente dos índios que habitavam a aldeia de Macaco, referida desde o século XVIII (Anônimo, 1746 e Coutto, .1902: 170) como os índios Prakió ou Paratió. O etnônimo Kapinawá. é conhecido desde o final dos anos setenta,quando seus representantes procuraram a FUNAI e a imprensa em Recife denunciando grande pressão sobre suas terras, invasores, violências da Polícia Militar de Buíque e , graves conflitos com o fazendeiro Romero Maranhão e seu testa-de-ferro local, o grileiro Zuza Tavares sogro do então prefeito de Buíque. Solicitavam ainda “reconhecimento oficial” e regularização das suas terras.

Os índios, que contavam então 42 famílias no Sítio Mina Grande (Pierson, 1981), possuíam uma cópia de documento de doação imperial da propriedade Macaco dos índios feita em 1874.Tal situação levou a FUNAI, através do DPI, a enviar ofício à Delegacia de Buíque determinando que a policia não interferisse na disputa de terra e que garantisse a Integridade das famílias dos índios. Porém, em 28.01.80 a mesma FUNAI, após solicitação da 3ª DR-Recife por radiograma, informou que "desconhecia a existência de aldeamento em Buíque" e "os índios Kapinawá são considerados extintos no Brasil, mas existem no Peru”.

Apesar dessas informações, foi determinada pela Portaria nº 675/ 80 a ida da socióloga Dolores Pierson àquela região, no sentido de realizar pesquisa de "detecção de identidade étnica de um grupo remanescente Kapinawá” (idem). No seu relatório de viagem (05.03.81) sugeria que fosse constituído grupo de trabalho para realizar estudo antropológico e levantamento minucioso desse grupo indígena.

Enquanto isto, persistiam os conflitos que culminariam, em 1982, com um tiroteio na vila do Catimbau, entre Kapinawá e regionais, resultando na morte de dois dos últimos. Este episódio parece ter desencadeado uma disposição negativa por parte da FUNAI regional quanto ao reconhecimento oficial dos Kapinawá, conforme relatório do Delegado Regional do órgão, que visitou a região um pouco depois do incidente (Levay, 1982).Logo em seguida a FUNAI designou, conforme­ ITE nº 004/82 - AGESP, que as antropólogas funcionais Diana Cléa Garcia da Motta e Lúcia Helena Soares de Mello, realizassem "estudo antropológico, pesquisa sobre situação jurídica atual e investigação das causas dos conflitos na área ocupada pelos Kapina­wá". No relatório que apresentaram, entre outras questões abordadas, concluíam que, apesar da existência de um núcleo populacional com 57 famílias e 505 remanescentes. a formação do grupo enquanto indígena era falso, "inexistia traços culturais indígenas". Além do mais, o "elevado índice migratório", desmistificava a "etnicidade do grupo (muitos não haviam nascido ali)'. Afirmavam que tais pressupostos eram condições necessárias que levariam a formulação da hipótese de que a etnicidade do grupo foi indígena, portanto, foi mas não é mais indígena". Questionavam a validade de se considerar "genealo­gicamente" como índios, “descendentes já na 6º geração” (Relatório sobre os Kapinawá da Mina Grande/PE, p. 17, 39, 41).